Como ser um bem-sucedido solucionador de problemas

Publicado por em 26 de janeiro de 2022

(Carlos Bastos – 25/janeiro/22)

Quando orientamos as empresas para implementar programas de melhoria, o primeiro passo é obter comprometimento da alta administração com o processo, para criar a motivação que permita mudar velhos hábitos.

Isso significa uma mudança de mentalidade para dar ênfase aos processos e criar um ambiente propício para se desafiar, constantemente, a situação vigente.

Um ambiente propício significa que as pessoas não terão receio de evidenciar os problemas e que será eliminado o hábito de “matar o mensageiro”.

Cada problema deve ser tratado como uma oportunidade de melhoria, uma pepita de ouro.

A identificação da causa-raiz de cada problema vai permitir implementar soluções de melhoria nos processos, o que reverterá em ganho para a empresa.

Dessa forma, é importante desenvolver nas pessoas a mentalidade de solucionadores de problemas.

Isso significa incentivar as pessoas para que sejam curiosas, tenham a “cabeça aberta” e utilizem um processo sistematizado para resolver problemas.

Vamos ver algumas abordagens observadas na prática de empresas que obtém sucesso no processo de solução de problemas:

  1. Ser sempre curioso sobre cada elemento do problema – liberte a criança que tem dentro de você e questione de forma recorrente “por que isso é assim?”. As hipóteses e respostas iniciais devem ser ditas como questões e não afirmações. Isso encoraja a busca de várias soluções e põe foco nas evidências.
  2. Ser humilde e aceitar ambiguidades – a realidade é que existem incertezas e probabilidades associadas ao problema tratado e suas soluções. Envolve tentativa e erro para testar as hipóteses e soluções.
  3. Ter uma visão ampla e ver através de múltiplas lentes – tenha uma visão e uma percepção de 360 graus. Busque identificar ameaças e oportunidades além da visão interna – envolva clientes, fornecedores, partes interessadas.
  4. Perseguir o comportamento recorrente – busque entender o comportamento que realmente ocorre na situação analisada. Observe as evidências e faça experimentos para testar as soluções. Os experimentos permitem gerar novos dados, complementando aqueles coletados que representam a situação atual.
  5. Explorar a inteligência e sabedoria das pessoas – reconheça que, nem sempre, os membros da equipe têm todo o conhecimento sobre o tema em análise. Busque e aproveite experiências diversas de pessoas fora da equipe. Em determinados momentos, isso pode significar pessoas fora da organização. Quanto maior o círculo de informações que pode ser acessado, as soluções tendem a ser mais criativas e inovadoras.
  6. Caracterizar e compartilhar o problema – mostre e descreva a situação através de uma história. Conecte a equipe com o problema de forma a obter comprometimento e ação. Deixe clara a ideia dominante para a mudança. Faça isso de forma visual abrindo caminho para o debate na busca de soluções. Deve-se buscar um equilíbrio entre riscos e recompensas, mas deixar claro que ações imperfeitas são menos custosas do que a inação.

Criar a mentalidade de solucionadores de problemas nas pessoas é tão importante quanto os métodos que serão utilizados.

Uma mentalidade que incentiva a curiosidade, abraça a imperfeição, recompensa uma visão ampla do problema, obtém dados adicionais através de experimentos, explora a inteligência coletiva e impulsiona a ação por meio de uma narrativa convincente, adiciona novas possibilidades na solução de problemas.

Lembre-se: grandes solucionadores de problemas são feitos, não nascem prontos!

 

Fonte:

Six problem-solving mindsets for very uncertain times – Charles Conn and Robert McLean (2021)

 

 

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